agosto 25, 2014

"O mundo odeia-me por que eu testemunho que o seu modo de agir é perverso." in "Jesus segundo João" do Padre Mário de Oliveira




"O mundo não tem motivo para vos odiar; a mim pelo contrário, odeia-me por que eu testemunho que o seu modo de agir é perverso.

Jesus



In "Jesus segundo João. O 4º evangelho, traduzido e anotado, como nunca o conhecemos"


P. Mário de Oliveira




"Vigiar em nós o nazista, e também o suicida."

Ana Karina "Alphaville de Jean-Luc Gidard (1965)

"Vigiar em nós o nazista, e também o suicida."

"O problema não é ser isto ou aquilo no homem, mas antes o de um devir inumano, de um devir universal animal: não tomar-se por um animal, mas desfazer a organização humana do corpo." 


"Sou de uma geração [do pós-II guerra mundial], uma das últimas gerações que foi mais ou menos assassinada pelo Édipo [da filosofia académica]. Mas eu me compensava de [várias] maneiras. Gostando dos autores que se opunham à tradição racionalista [...]. E entre Lucrécio,David Hume, Baruch Espinoza, Friedrich Nietzsche, há para mim um vínculo secreto constituído pela crítica do negativo, pela cultura da alegria, o ódio à interioridade, a exterioridade das forças e das relações, a denúncia do poder…, etc..

[...] Era preciso passar por toda espécie de descentramentos, deslizes, quebras, emissões secretas que me deram muito prazer. O meu livro sobre Henry Bergson me parece exemplar nesse género. E hoje há gente que morre de rir acusando-me por eu ter escrito até sobre Bergson. É que eles não conhecem o suficiente de história. Não sabem o tanto de ódio que Bergson no início pôde concentrar na Universidade francesa, e como ele serviu – querendo ou não, pouco importa – para aglutinar todo tipo de loucos e marginais, mundanos ou não. [...]
Sinto chegar a idade próxima de uma clandestinidade meio voluntária meio imposta, que será o mais jovem desejo, inclusive político. [...] Você diz ou conta que se diz que já não faço nada, e que estou impotente [...]. Não é menos falso: eu me escondo, continuo fazendo minhas coisas com o mínimo de gente possível, e você, em vez de me ajudar a não virar "vedeta", vem pedir que eu preste contas, e me deixa a opção entre a impotência e a contradição. [...]
Contra os que pensam “eu sou isto, eu sou aquilo”, e que pensam assim de maneira psicanalítica (referência à sua infância ou destino), é preciso pensar em termos incertos, improváveis: eu não sei o que sou, tantas buscas ou tentativas necessárias, não-narcísicas, não-edipianas [...].
O problema não é ser isto ou aquilo no homem, mas antes o de um devir inumano, de um devir universal animal: não tomar-se por um animal, mas desfazer a organização humana do corpo."



"Carta a um crítico severo", publicada em 1973.
No "facebook" do blog "A razão inadequada" e de Fy Neal.