janeiro 22, 2013

Our musical alphabet is poor










Our musical alphabet is poor


"Our musical alphabet is poor and illogical. Music, which should pulsate with life, needs new means of expression, and science alone can infuse it with youthful vigor. Why, Italian Futurists, have you slavishly reproduced only what is commonplace and boring in the bustle of our daily lives. I dream of instruments obedient to my thought and which with their contribution of a whole new world of unsuspected sounds, will lend themselves to the exigencies of my inner rhythm." 


Chou Wen-Chung (Ed.), Edgard Varèse Lecture, 391, Nr. 5. June 17, 1917. Translated by Louise Varèse; Quoted in: Classic Essays on Twentieth-Century Music: A Continuing Symposium (1996), ISBN 0028645812.


"Cada composição musical cada romance ou cada pintura refletiam, no período entre 1600 e 1900, uma linha de tempo como modelo de um universo em sincronia. Em cada composição musical, havia uma linha de progressão de acordes com os quais todas as notas eram sincronizados. Na pintura havia a perspectiva, uma linha que guiava o olhar do espectador e todos os objetos eram sincronizados e alinhados de acordo com essa linha. Uma linha de tempo, de um tempo universal, omnipotente, um tempo absoluto como lhe chamou Newton (Chadabe, 1997)".




Um texto que nos leva a pensar, João Cardoso. Vou partilhar contigo a minha experiência recente. Curiosamente, desde há uns dois anos atrás, comecei a interessar-me mais por música já não como um apreciador mas como um co-criador. Não no sentido de ser "artista", mas antes como um "amador" do fenómeno que, de vez em quando, realiza experimentações. Interessou-me principalmente a questão da origem da sensação de "harmonia" ou "afinação". O motivo inicial foi uma tese de um amigo meu Tiago Henriques que, sendo músico, "utilizou" os sons como terapia no seu estágio de psicologia, como mudança de estado de percepção. O seja, alguns sons (que não se escutam porque são infra sons) podem ter efeitos semelhantes a anos de meditação ou de consumo de plantas que mudam a percepção. Nesse sentido, comecei por fazer experiências musicais que eram ingénuas mas ao mesmo tempo não eram. Como se eu fosse um analfabeto começando a aprender a ler e escrever. Aquilo que Gilles Deleuze designava por ser um principiante da filosofia que coloca questões simples mas fundamentais (ver Edmundo Cordeiro, "Prefácio", Gilles Deleuze, O mistério de Ariana, Lisboa, Ed. Vega – Passagens, 1996). Uma muito simples a que ainda tento responder: porque é que um certo alinhamento de sons soa harmónico e outro não? Porque se diz que certa música é afinada e outra não? Em termos mais elaborados, a questão da tonalidade no seu sentido mais lato. "Tonality" e não apenas aquilo que se costuma designar por "Key", que se refere, no essencial, à aplicação das regras da tonalidade.

José Pinheiro Neves


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